A autoestima é uma bromélia roxa que se prende ao coração.
Têm uns trouxas que dão tamanha importância a esse parasita, que são incapazes de entender que aceitar-se, procurando tirar o que não presta, já é o diferencial capaz de nos fazer alguém especial.
O ego deve ser trabalhado.
É um cara que, bem transado, vai ser um grande aliado.
Em vez de ser o motorista particular que nos leva sempre ao mesmo destino por caminhos cada vez mais entediantes, pode chegar ao ponto de perguntar "onde vamos hoje, madame?"
Se uma bruxa qualquer me perguntar, agora, o que é preciso pra eu me sentir melhor, minha resposta é "coerência". Ser fiel, no limite de minha capacidade, àquilo em que acredito.
Tudo bem que deve haver coerência até no comportamento de um psicopata e isso o faz feliz.
A somatória de nossas experiências e os valores delas abstraídos forma nossa personalidade. E isso forma nosso caráter. É por isso que somos limitados. Nossa mente está enclausurada.
Quando formos capazes de substituir experiências repetidas, obteremos novos resultados.
Imaginemos que uma pessoa compra uma muda de pé de flor. Ele definha e acaba morrendo.
Daí essa pessoa, simplesmente, conclui que os pés de flores definham e morrem e são uma grande perda de tempo.
Vai à loja de 1,99 e leva um vaso de flor artificial. Pronto.
Passam-se dois meses e o bagulho está nojento de pó e cocô de mosca. Ela põe aquilo no lixo e esquece.
Da próxima vez que for à loja vai olhar prum vaso artificial, fazer cara de nojo e comentar com a velhinha ao lado que aquilo é uma merda, blá, blá, blá...
Se esqueceu ainda que seu primeiro plano era uma flor de verdade e nem cogita se errou com ela. Se não se empenhou o suficiente lá, no começo, na ideia inicial.
Assim agimos com tudo em que nos metemos: queremos autoestima, conforto material, amor, ser bem-sucedidos.
Entretanto, fazemos pouco ou nada por isso. E achamos que a vida é injusta com a gente e que o melhor é trapacear. Deus perdoa.
Começamos nos sabotando e terminamos traindo até quem foi capaz de nos amar. Porque quem quer que ame um impostor, merece pouca consideração, já que esta não nutrimos sequer em relação a nós mesmos.
Volto ao começo: autoestima é um conceito distorcido.
Não é ponto de partida. É um dos brindes da chegada.
Não é como numa excursão tipo havaiana, onde se é recebido com colar de flores, ula-ula, bebida no abacaxi.
Autoestima se conquista no final. É meta. Que parte de um plano. Que tem a ver com vida, empenho, sorte.
A sorte de ter um amor tranquilo...
E se não tiver tal sorte, que isso faça parte da meta.
O amor é tudo. Que ele nos sustente.
E se for amor e comprometimento, melhor.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
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