Gente, como artista de nível apenas razoável, tenho, ao longo de anos, observado esse fenômeno que se estende há eras e, sempre, existiu em todo o planeta, aonde quer que haja um ser humano.
Temendo ser prolixo, quero dizer que seja lá qual a definição de adequação que um indivíduo adote, o conjunto das manifestações de qualquer grupo sempre foi, e parece que será, objeto de preconceito, perseguição, intolerância, e o mais dos quesitos negativos que caracterizam a personalidade do homem (e de muitas outras espécies animais).
Se fosse falar da arte, não conseguiria resumir neste tópico as implicações antropológicas que esse assunto encerra. Vou falar resumidamente de música popular.
No globo terrestre ela se desenvolveu como resultado de, ao menos, um binômio, que vem a ser aquele que envolve dominadores e dominados.
Daí sua característica. Nas culturas mais antigas e que filtraram essa equação, a música popular traz qualidades de forma e conteúdo, elaboradas durante séculos, que se transformaram em tradição e, embora apenas estudiosos sejam capazes de identifica-las, trazem à maioria dos espíritos o resultado que tencionam.
Já, nas culturas mais jovens, música popular é mais sinônimo de entretenimento, diversão e liberdade de expressar a fase ou o momento, partilhados por um grupo de indivíduos que desejam apenas ser aceitos ou impor-se num cenário social.
Desde os anos 1940 até meados dos 1980, era a música Pop produzida nos EUA ou Inglaterra, França e Itália, que surfava nas ondas das rádios no Brasil. Muita gente sequer se deu conta da qualidade dos movimentos musicais que aqui ocorreram entre os anos 1950 e 1970.
A partir dessa época, desde a dita “música brega”, dos grandes poetas e dos míticos instrumentistas e suas peças fantásticas, artistas fincaram suas bandeiras no solo musical brasileiro.
Com a migração de um grande contingente aos grandes centros urbanos, os indivíduos trouxeram suas grandes doses de afeição a seus temas tradicionais, que, misturados aos dos locais aonde se fixaram, contagiaram as gerações posteriores de forma que essas informações desembocaram numa mistura cultural capaz de agir até em quem a ela não vivenciou.
Daí para o showbiz, apenas alguns passos. E esses que galgaram um lugar de destaque no mercado, não passam de seres humanos, sujeitos a toda sorte de inconfessáveis pensamentos, inimagináveis inquietações e consciência de suas limitações. Dores humanas, das que sofro eu e sofre você. Síndromes que vão desde a da “do bicão” à “do virtuoso”, da do “frustrado” à do “sabe com quem está falando?”. E da mais cáustica: a do “crítico” .
Grandes ídolos se foram por não conseguirem lidar com situações que exemplifiquei. Grandes e significantes pra mim. Daí porque entendo o significante de alguns ídolos dessa praia que não frequento.
Mas espero, sinceramente, que nem o preconceito, nem a frustração, nem as diferenças de conteúdo, formação musical e estilo, sejam capazes de fazer com que pessoas sensíveis, virtuosas em seus misteres musicais, diletantes ou eruditos, desejem a extinção daqueles que não considerem seus pares.
Isto é um manifesto pela liberdade de expressão, mesmo que implique em que eu deva passar o resto dos meus dias repetindo músicas em que acredito, para pessoas que delas gostam e fazem desse gosto um estilo de viver. Mesmo eu ganhando pouco e bebendo mais do que deveria.
sábado, 29 de outubro de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
QUANDO OS ANJOS VÊM
(aos nossos filhos)
Quando nasce um anjo na nossa casa, no nosso colo, é uma coisa tão mágica que a gente sabe que é um anjo.
Embora ele não tenha asas, tenha sexo, a gente sabe que é um anjo.
Quando nasce um segundo anjo, a gente parece estar acostumado, e nem percebe que o primeiro já está empenando...
Esses anjos vão crescendo, ganhando nosso mundo – tanto o quanto já haviam ganho os seus, que a gente põe mel nos olhos, se enternece e agradece a Deus.
Mas, esses crescidos anjos ganham suas asas e voam, com suas pequenas asas e suas penas, que a gente deseja pequenas, e eles se vão. Vão e ficam. Ficam nas nossas pequenas almas, nas nossas penas, nem sempre pequenas – já velhos anjos que somos, e voam.
Vão pras suas vidas. Seguem a fazer anjos, que nascem pequenos, desses de que dependemos pra ter nossas vidas de volta, fazer uma reviravolta e voltarmos a ser anjos também pequenos....
Quando nasce um anjo na nossa casa, no nosso colo, é uma coisa tão mágica que a gente sabe que é um anjo.
Embora ele não tenha asas, tenha sexo, a gente sabe que é um anjo.
Quando nasce um segundo anjo, a gente parece estar acostumado, e nem percebe que o primeiro já está empenando...
Esses anjos vão crescendo, ganhando nosso mundo – tanto o quanto já haviam ganho os seus, que a gente põe mel nos olhos, se enternece e agradece a Deus.
Mas, esses crescidos anjos ganham suas asas e voam, com suas pequenas asas e suas penas, que a gente deseja pequenas, e eles se vão. Vão e ficam. Ficam nas nossas pequenas almas, nas nossas penas, nem sempre pequenas – já velhos anjos que somos, e voam.
Vão pras suas vidas. Seguem a fazer anjos, que nascem pequenos, desses de que dependemos pra ter nossas vidas de volta, fazer uma reviravolta e voltarmos a ser anjos também pequenos....
terça-feira, 5 de julho de 2011
João Gilberto, João Donato, João Bosco, João Parahyba, João Batista, e eu: João Bobo... Conheço a flor do swing, o caule do samba, a folha da bossa e a raiz dos bambas... Saravá e axé. Viva o funk, viva o coco, o furacão mulher e, acima de tudo, viva a velha guarda alvinegra do samba e do chorinho (dito tango brasileiro), Chiquinha, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Villa Lobos; papai Noel Rosa, Cartola...
É tanta gente, que dificilmente, é possível fazer justiça. Guinga. Arismar, Tinoco, Rolando Boldrin, meu Avô, minha mulher, Júlia (minha filha), Leandro (meu filho), Sivuca, Hermeto, Yamandu, Mário Eugênio, Darwinson, Ton, Rafael, Kiko, Cacho, Jobim, Lula Galvão, todos os mineiros, gaúchos, baianos e cariocas, todos os paulistas, cearenses e goianos, matogrossenses...
Todos os Marcelo Ribeiro e Marcos Belama, todos os goianos e Alê Magno, Todos os todos e mais quem nem cabem aqui... Meu amor por vcs. Pela Música.
É tanta gente, que dificilmente, é possível fazer justiça. Guinga. Arismar, Tinoco, Rolando Boldrin, meu Avô, minha mulher, Júlia (minha filha), Leandro (meu filho), Sivuca, Hermeto, Yamandu, Mário Eugênio, Darwinson, Ton, Rafael, Kiko, Cacho, Jobim, Lula Galvão, todos os mineiros, gaúchos, baianos e cariocas, todos os paulistas, cearenses e goianos, matogrossenses...
Todos os Marcelo Ribeiro e Marcos Belama, todos os goianos e Alê Magno, Todos os todos e mais quem nem cabem aqui... Meu amor por vcs. Pela Música.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Preciso de respostas
Quando a idade média via a merda como sinônimo de saúde e,dois séculos depois,vivia a idade da luz,as pessoas morriam de sujeira,falta de banho.Tudo isso na Europa.Tudo isso na Ásia.Já,aqui,na chamada América do Sul,havia higidez.Havia o beijo.Havia o tomar banho todo dia e ervas aromáticas e sabugos pra escovar os dentes...Hoje,me pergunto: a quem interessa manter uma nação de frágil 3º mundo numa ignorância sem fim,fomentar sua aculturação,valorizar o pior de sua manifestação popular e acelerar seu analfabetismo.A quem interessa retirar o melhor de seu consumismo,fomentar o anacronismo social (haja vista Grécia e Roma em seus piores momentos),a irresponsabilidade quanto a um ponderável futuro saudável.Nossos políticos são tão analfabetos e ridículos,que não se pode atribuir a eles essa responsabilidade.Não temos mais direita ou esquerda.Temos uma mídia de bosta (embora nossa propaganda seja das melhores do planeta).Temos a melhor música do mundo.Somos uma nação de boa índole.Temos tudo o que há de melhor (mantemos valores morais e aceitamos novos),somos religiosos,sem radicalismos.Etc.,etc.Caralho,veios,A QUEM INTERESSA EMULAR NESTA NAÇÃO UMA IGNORÂNCIA SEM FIM? QUEM GANHA COM ISSO? Preciso de respostas...
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