quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mamãe

Uma das coisas que mais me lembro da infância é o cheiro que tinha o café de manhã, o café passando no coador...
Aquele aroma que enchia o ambiente e me tirava da cama, cheio de fome.
E olha que eu nem tomava café mesmo.
Minha mãe na cozinha, aquela certeza, sempre.
Quando ela saía eu sentia sua falta. Quando ela voltava, ufa!
Parece bobagem... mas me lembro do cheiro de sua sutil maquiagem.
Lógico que pais em geral não acertam na primeira. Nem na segunda (talvez só acertem mesmo com os netos – mas isso já é outra história)...
A verdade é que mãe quase não precisa fazer força pra agradar.
Algumas fazem. Há até as “super-mães”: as que fazem pra mais.
Tem as que são apenas o que são. Outras passam a maior parte do tempo procurando empregos, procurando namorados, ou fugindo deles. As que sonham diante da TV, diante do PC, as que não têm tempo, as que não sabem o que fazer.
Afinal, mães são seres humanos, só que multiplicados: têm todas as inquietações, mais filhos e as inquietações deles. Mães têm limitações.
Só uma coisa as difere dos outros seres e suas paixões: sua ligação com seus filhos, que, do jeito que forem, será eterna.
Então, velhinhas, feito a minha, ainda se preocuparão, ainda rezarão, ainda ali estarão vibrando, torcendo, orgulhosas ou temerosas por seus rebentos.Mais adiante, serão a presença viva, mais vibrante, inesquecível lembrança das manhãs da infância, daquela incrível segurança que a gente hoje tenta e não consegue explicar...

Um comentário:

  1. Meu irmãozinhão... Vc me fez chorar agora! Minha lembrança mais remota é também aquele cheiro de café da mãe e também da falta que ela fazia quando saía.. Eu lembro de colar a cara naquele vitreaux (que parecia enorme) até ela chegar... que espera interminável! O pó de arroz dela... do "filhotinha" ou do Lelinho, Vaninha... Betinho, ela sempre foi tão doce... que ficou diabética. Mas, de repente a vida muda. Agora parece um filme antigo. Só espero que nossos filhos possam ter estas lembranças quando formos nós os (+) velhinhos! Beijo. Te amo!

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