Aproveito para agradecer ao “Jornal do Núcleo”, de Peruíbe, edição de julho de 2010 que o publicou.
QUASE...
“Votamos no quase honesto, pois quase confiamos nele.
Acabamos de entrar pelo cano.
Por pouco não reagimos, quase nos revoltamos.
Mas quase confiamos na justiça e na sorte.”
Mundo Livre S/A – in Por pouco (© 2000)
Entre a obrigatoriedade do voto no Brasil e as opções que nos apresentam, permanecemos no eterno dilema que é o de escolher o “menos pior”...
Pouquíssimos cidadãos de bem se metem na política. Uma ínfima parte sequer chega a ser candidata.
É, talvez por isso, que a pessoa comum (o cara que, entre contas atrasadas e parentes desempregados - ou ele próprio sem emprego), não se anima a memorizar em quem votou nas eleições passadas, não pensa em escrever (se souber) um “diário” envolvendo seus eleitos, não coleciona programas de governo, não traz na ponta da língua a “escalação” dos vereadores de sua cidade como talvez seja capaz de trazer a de seu clube de futebol...
A mentalidade brasileira, que se ajusta feito água de cascata a cada degrau que a pessoa suba ou desça na escala social, é o que dá ânimo à quase totalidade dos profissionais da política a entrar para esse negócio.
Daí, parafraseando Mundo Livre, eu digo que quase percebemos o mal de que sofremos, por pouco não assumimos uma posição positiva a respeito e estamos por um triz de agirmos de forma franca e honesta. Quase já acertamos.
Faremos o voto útil (seja lá para quem quer que haja utilidade); votaremos no menos ruim; no amigo, no amigo do amigo, ou contra o inimigo, no sei lá mais quem.
Depois, voltaremos aos nossos lares, gratos por termos superado mais essa obrigação, à procura de nossos controles-remotos, os quais nos guiarão, precisos, a novos escândalos políticos, aos mesmos cenários sociais, aos eternos campeonatos esportivos, à nossa mediocridade, à nossa retórica de balcão de bar...
Rogério (Lelo Reis)
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