quinta-feira, 1 de março de 2012

VOCÊ E A LUA

(Almas que têm...)


Nos momentos em que
Seus olhos quase negros
Refletem a lua muda
Meus insanos sentimentos
Me dizem que a lua muda

Sinto então uma emoção surda
Sinto ciúme dos seus olhos quase negros
Da sua pele morena e dos seus cabelos
Dos inconfessáveis pensamentos
Que você tem quando olha a lua

Nos momentos em que
Me chama pra ver a lua,
Inconscientemente eu olho pra rua
Pra ver se tem mais alguém vendo
Porque, nesses momentos, a lua é sua

Não tente explicar
Eu só preciso saber
Se seus olhos brilham para a lua
Ou se ela brilha pra você, ou se esconde
Ou se vocês apenas se procuram.

Daí eu olho o céu
Em busca do brilho de Vênus
E fico mudo, por um instante calado.
Já que, mesmo que não a encontre,
Sinto você, Vênus, ao meu lado.

Vê bem a diferença:
A lua que muda, tem várias faces,
Gira em torno do planeta
Vênus, que migra, por ser planeta
Não enfrenta fases

Mas se eu orbito na sua atmosfera
Eu não passo de uma lua
E você, minha Vênus,
Meu planeta, só de imaginar sua alma distante,
Fria e nua, me faz olhar pra rua

Pra saber se mais alguém a está vendo,
Olhando a mesma lua.
Que você, com seus olhos quase negros,
Entregue ao seu contentamento,
Espelha somente a beleza crua

Em que essa leveza, na pureza
Do sentimento,
Me transforma em satélite
De Vênus, cativo de pensamentos.
E você, planeta, se entregando à lua...

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