Na primeira vez em que eu disse que queria envelhecer ao seu lado, foi quando eu tinha a idéia de que envelhecer era sinônimo de brandura, de conquista da paz e de um longo caminho vencido, e seria quando nos sentiríamos jovens o suficiente pra viver mais, mais e mais.
O tempo passando e eu pensando que queria envelhecer ao seu lado: os dois cheios de energia, sabedoria e da sensação de ter cumprido uma promessa, mas com a certeza de termos feito tudo de melhor e de, daí, curtirmos as conquistas...
Mais um aniversário seu, daqui um pouco o meu, e eu cheguei à conclusão de que não quero mais envelhecer ao seu lado.
Quero rejuvenescer e que, nós dois, juntos, retomemos do ponto de onde partimos, pra nunca envelhecermos, seja ao lado, ao longo ou perto do que quer que seja.
Quero que nossas almas vivam – vivas – pra sempre, mas sempre ao seu lado e que façamos o que ainda não pudemos ser capazes, já que, pra nós, uma vida é pouca. Precisamos que seja pela eternidade, pra que sejamos, depois de Um, todos os que pudermos ser.
Meu amor por você vai me reconstruir, vai nos levar adiante e o seu amor por mim vai nos energizar.
Feliz aniversário. Feliz mais um aniversário.
Todo o meu amor.
Seu, Rogério.
31/8/2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
PARA NÃO ESQUECER
Eu a conheci antes de você
E então eu sonhei que devia ser
O que eu achava que você queria
E, nesse sonho, esqueci de buscar saber
O que é que seria o seu querer
Fiz um milhão de planos
Risquei um zilhão de traços
Achando que meus abraços
(me entrelaçando sempre em seus braços),
Eram respostas, e isso era viver
Insisti nessa idéia, fiz promessas
Escrevi e falei palavras à bessa
Fiz canções, chorei, quase morri,
Falei, falei, estraguei canetas, nem vi
Quase a matei, mas sei
São pra você as canções que hoje eu canto,
Pra você as canções que sempre faço,
Amo você e a gente nem sabe quanto,
Que nem sei o que dizer
Pra você não me esquecer...
E então eu sonhei que devia ser
O que eu achava que você queria
E, nesse sonho, esqueci de buscar saber
O que é que seria o seu querer
Fiz um milhão de planos
Risquei um zilhão de traços
Achando que meus abraços
(me entrelaçando sempre em seus braços),
Eram respostas, e isso era viver
Insisti nessa idéia, fiz promessas
Escrevi e falei palavras à bessa
Fiz canções, chorei, quase morri,
Falei, falei, estraguei canetas, nem vi
Quase a matei, mas sei
São pra você as canções que hoje eu canto,
Pra você as canções que sempre faço,
Amo você e a gente nem sabe quanto,
Que nem sei o que dizer
Pra você não me esquecer...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Retornando...
Aproveitando a liberação da campanha eleitoral, voltei postando um texto que escrevi há algum tempo, mas que acredito continua atual.
Aproveito para agradecer ao “Jornal do Núcleo”, de Peruíbe, edição de julho de 2010 que o publicou.
QUASE...
Entre a obrigatoriedade do voto no Brasil e as opções que nos apresentam, permanecemos no eterno dilema que é o de escolher o “menos pior”...
Pouquíssimos cidadãos de bem se metem na política. Uma ínfima parte sequer chega a ser candidata.
É, talvez por isso, que a pessoa comum (o cara que, entre contas atrasadas e parentes desempregados - ou ele próprio sem emprego), não se anima a memorizar em quem votou nas eleições passadas, não pensa em escrever (se souber) um “diário” envolvendo seus eleitos, não coleciona programas de governo, não traz na ponta da língua a “escalação” dos vereadores de sua cidade como talvez seja capaz de trazer a de seu clube de futebol...
A mentalidade brasileira, que se ajusta feito água de cascata a cada degrau que a pessoa suba ou desça na escala social, é o que dá ânimo à quase totalidade dos profissionais da política a entrar para esse negócio.
Daí, parafraseando Mundo Livre, eu digo que quase percebemos o mal de que sofremos, por pouco não assumimos uma posição positiva a respeito e estamos por um triz de agirmos de forma franca e honesta. Quase já acertamos.
Faremos o voto útil (seja lá para quem quer que haja utilidade); votaremos no menos ruim; no amigo, no amigo do amigo, ou contra o inimigo, no sei lá mais quem.
Depois, voltaremos aos nossos lares, gratos por termos superado mais essa obrigação, à procura de nossos controles-remotos, os quais nos guiarão, precisos, a novos escândalos políticos, aos mesmos cenários sociais, aos eternos campeonatos esportivos, à nossa mediocridade, à nossa retórica de balcão de bar...
Rogério (Lelo Reis)
Aproveito para agradecer ao “Jornal do Núcleo”, de Peruíbe, edição de julho de 2010 que o publicou.
QUASE...
“Votamos no quase honesto, pois quase confiamos nele.
Acabamos de entrar pelo cano.
Por pouco não reagimos, quase nos revoltamos.
Mas quase confiamos na justiça e na sorte.”
Mundo Livre S/A – in Por pouco (© 2000)
Entre a obrigatoriedade do voto no Brasil e as opções que nos apresentam, permanecemos no eterno dilema que é o de escolher o “menos pior”...
Pouquíssimos cidadãos de bem se metem na política. Uma ínfima parte sequer chega a ser candidata.
É, talvez por isso, que a pessoa comum (o cara que, entre contas atrasadas e parentes desempregados - ou ele próprio sem emprego), não se anima a memorizar em quem votou nas eleições passadas, não pensa em escrever (se souber) um “diário” envolvendo seus eleitos, não coleciona programas de governo, não traz na ponta da língua a “escalação” dos vereadores de sua cidade como talvez seja capaz de trazer a de seu clube de futebol...
A mentalidade brasileira, que se ajusta feito água de cascata a cada degrau que a pessoa suba ou desça na escala social, é o que dá ânimo à quase totalidade dos profissionais da política a entrar para esse negócio.
Daí, parafraseando Mundo Livre, eu digo que quase percebemos o mal de que sofremos, por pouco não assumimos uma posição positiva a respeito e estamos por um triz de agirmos de forma franca e honesta. Quase já acertamos.
Faremos o voto útil (seja lá para quem quer que haja utilidade); votaremos no menos ruim; no amigo, no amigo do amigo, ou contra o inimigo, no sei lá mais quem.
Depois, voltaremos aos nossos lares, gratos por termos superado mais essa obrigação, à procura de nossos controles-remotos, os quais nos guiarão, precisos, a novos escândalos políticos, aos mesmos cenários sociais, aos eternos campeonatos esportivos, à nossa mediocridade, à nossa retórica de balcão de bar...
Rogério (Lelo Reis)
quarta-feira, 17 de março de 2010
Para fazer um violão
Pra fazer um violão
(sem levar em conta a invenção)
foi preciso que o sol tenha
brilhado o tempo certo
e a chuva caído na medida -
tanto aqui como no sul e no nordeste.
E na Tanzânia, onde pra nós
tudo parece outro planeta...
Tudo isso por muitos anos.
Foi preciso que, de preferência,
não tivesse havido secas,
queimadas, enchentes
ou (por razões infindas),
ações humanas.
Pra que estas não tivessem
arruinado o meio, o ambiente,
pra que, daí, aquelas velhas sementes
em madeiras se tenham virado.
Foi preciso muita coincidência...
E que as árvores tenham
crescido - e vivido lindas...
E que um dia, como a vida vinga,
com o cuidado de um curupira,
um caboclo, um mestiço
ou uns torcedores do coríntia
tivessem colhido uns desses
paus e os vendessem.
Só que, pra fazer um violão e,
ainda, sem levar em conta a invenção,
seria preciso fôrmas,
ferramentas - precisaria um artesão,
um gepeto que sonhasse dar vida,
com suas mãos, a pedaços de paus...
Vê que coisa linda: foi preciso
muitas mãos pra fazer um violão.
Precisou muito mais que consciência...
Mais que coincidência.
Também mais que paciência.
Precisou de-um-tudo...
Precisou de história, de poesia e de sonho...
De muita magia precisou um violão!
Já, pra fazer um violonista...
(sem levar em conta a invenção)
foi preciso que o sol tenha
brilhado o tempo certo
e a chuva caído na medida -
tanto aqui como no sul e no nordeste.
E na Tanzânia, onde pra nós
tudo parece outro planeta...
Tudo isso por muitos anos.
Foi preciso que, de preferência,
não tivesse havido secas,
queimadas, enchentes
ou (por razões infindas),
ações humanas.
Pra que estas não tivessem
arruinado o meio, o ambiente,
pra que, daí, aquelas velhas sementes
em madeiras se tenham virado.
Foi preciso muita coincidência...
E que as árvores tenham
crescido - e vivido lindas...
E que um dia, como a vida vinga,
com o cuidado de um curupira,
um caboclo, um mestiço
ou uns torcedores do coríntia
tivessem colhido uns desses
paus e os vendessem.
Só que, pra fazer um violão e,
ainda, sem levar em conta a invenção,
seria preciso fôrmas,
ferramentas - precisaria um artesão,
um gepeto que sonhasse dar vida,
com suas mãos, a pedaços de paus...
Vê que coisa linda: foi preciso
muitas mãos pra fazer um violão.
Precisou muito mais que consciência...
Mais que coincidência.
Também mais que paciência.
Precisou de-um-tudo...
Precisou de história, de poesia e de sonho...
De muita magia precisou um violão!
Já, pra fazer um violonista...
terça-feira, 16 de março de 2010
UMA DÚVIDA
- Pai!
- Oi, filhão! Como foi o futebol?!
- Não fiz gol hoje...
- Legal! Quer ver o suplemento infantil?
- Não...
- Ah! Então vai pro banho que eu tô terminando de ver meu jornal...
- Mas, pai!...
- Oi, filho (pondo o jornal no colo).
- Você é um cara legal, tipo bem intencionado?
- É... claro: eu só penso em coisas boas para as pessoas.
- Até pro tio Denílson?!
- Bom, ele é meio folgado, fala demais e toma minha cerveja sem pedir, mas eu quero que ele seja feliz. Talvez um pouco longe, mas feliz . Mas que pergunta é essa? Você não me acha um pai legal?
- Acho, lógico. O que eu quero saber é se você se acha um cara legal.
- Eu acho que acho. Que papo esquisito pra se ter às 7 da noite... Vem cá, deixa eu ver se você tá com febre.
- Pai!.. responde direito! Eu já tenho 8 anos e acho que tenho o direito de conversar com meu pai.
- É que eu tive um dia difícil. Tô lendo jornal. Porque você não entrevista sua mãe: Clara!
- Oi, tô preparando a salada!
- Chama seu filho, que ele tem uma pergunta!
- Pai!
- Ai, meu Deus (dessa vez colocando o jornal de lado)! O que você quer saber de mim? De verdade. Quer um brinquedo novo? Já sei: é o tênis do futebol que não serve mais, ou seus amiguinhos estão usando um diferente, mais na moda...
- Não, pai, quero saber pra onde a gente vai quando a gente morre.
- Sei lá, caramba!
- Clara!
- Tô terminando a salada!
- Sei lá, filhinho. Pro céu, pro inferno, ou fica por aí soprando caraminhola na cabeça de...
- Pai! É que hoje, o Seu Belarmino....
- Sei, o barbeiro.
- Não, pai, ele diz “cabeleireiro unissex”...
- É que lá só vai homem...
- Não importa. O Seu Belarmino tava falando mais do que cortando cabelo e, enquanto eu esperava, vendo aquelas revistas velhas, eu ouvi ele dizer que o inferno está cheio de gente bem-intencionada...
- Oi, filhão! Como foi o futebol?!
- Não fiz gol hoje...
- Legal! Quer ver o suplemento infantil?
- Não...
- Ah! Então vai pro banho que eu tô terminando de ver meu jornal...
- Mas, pai!...
- Oi, filho (pondo o jornal no colo).
- Você é um cara legal, tipo bem intencionado?
- É... claro: eu só penso em coisas boas para as pessoas.
- Até pro tio Denílson?!
- Bom, ele é meio folgado, fala demais e toma minha cerveja sem pedir, mas eu quero que ele seja feliz. Talvez um pouco longe, mas feliz . Mas que pergunta é essa? Você não me acha um pai legal?
- Acho, lógico. O que eu quero saber é se você se acha um cara legal.
- Eu acho que acho. Que papo esquisito pra se ter às 7 da noite... Vem cá, deixa eu ver se você tá com febre.
- Pai!.. responde direito! Eu já tenho 8 anos e acho que tenho o direito de conversar com meu pai.
- É que eu tive um dia difícil. Tô lendo jornal. Porque você não entrevista sua mãe: Clara!
- Oi, tô preparando a salada!
- Chama seu filho, que ele tem uma pergunta!
- Pai!
- Ai, meu Deus (dessa vez colocando o jornal de lado)! O que você quer saber de mim? De verdade. Quer um brinquedo novo? Já sei: é o tênis do futebol que não serve mais, ou seus amiguinhos estão usando um diferente, mais na moda...
- Não, pai, quero saber pra onde a gente vai quando a gente morre.
- Sei lá, caramba!
- Clara!
- Tô terminando a salada!
- Sei lá, filhinho. Pro céu, pro inferno, ou fica por aí soprando caraminhola na cabeça de...
- Pai! É que hoje, o Seu Belarmino....
- Sei, o barbeiro.
- Não, pai, ele diz “cabeleireiro unissex”...
- É que lá só vai homem...
- Não importa. O Seu Belarmino tava falando mais do que cortando cabelo e, enquanto eu esperava, vendo aquelas revistas velhas, eu ouvi ele dizer que o inferno está cheio de gente bem-intencionada...
EQUILÍBRIO
Desde criança ouvia que minha família era um povo desequilibrado,
meus avós paternos e maternos, bisavós, até (quem sabe?) bisavôs...
Eu, que desde criança, era assim chamado e tomava porrada porque não era bom o suficiente em nada (na escola, na rua, em casa), aos 50 anos tive um insight.
Foi quando eu ponderei melhor, entre as definições de desequilíbrios e revendo minha árvore genealógica e concluí que: Porra! Caralho!
É essa merda de desequilíbrio que move todas as coisas!
É o desequilíbrio que faz o mundo e o universo rodarem.
Imaginem o equilíbrio: estático, parado; morte: o nada.
É o desequilíbrio que faz as coisas e os seres se mover, buscar espaço, manter sua espécie.
Na natureza, equilíbrio significa que o leão que come a quantidade suficiente de zebras, que, por sua vez, comem a quantidade razoável de grama, que, por sua vez, invade o seu quintal, que, por sua vez, é impermeável e impede a água da chuva fluir, e esta, por sua vez, invade bairros e cidades, que, por sua vez, se entopem de lixo, que, por sua vez, assim por diante, transformam o desequilíbrio existente em nossa mais vã e indesejável realidade...
Por outro lado, imaginem: inconcorrência, paz, amor ao próximo, igualdade social, reforma agrária, leões vegetarianos, zebras pastando no seu quintal sem ladrilhos, aumentos de salários (desnecessários então), internet sem provedor, ganância zero, eu sem porquê escrever, Lula aposentado (sem nem ter e porquê trabalhado), eu e você felizes para sempre, sem sequer estado juntos, sem Brasil, sem estados, sem monumentos, sem eventos. Apenas puros, seres estagnados, pobres, juntos, aparentados, ou nem fertilizados...
Anjos, tocando harpa sem sequer ter estudado...
Objetos do equilíbrio, seríamos, sim, o nada, o tudo fragmentado, seríamos todos um grande nada, nem sequer estigmatizados...
Pra nós, seres humanos, equilíbrio é ser bem focado, tranquilo, mesmo ao par do que acontece. Se zen é ficar parado, fazer ommm sem pensar no outro lado do resultado, é, meu nego, minha nega, assumo: sou um cara desequilibrado...
meus avós paternos e maternos, bisavós, até (quem sabe?) bisavôs...
Eu, que desde criança, era assim chamado e tomava porrada porque não era bom o suficiente em nada (na escola, na rua, em casa), aos 50 anos tive um insight.
Foi quando eu ponderei melhor, entre as definições de desequilíbrios e revendo minha árvore genealógica e concluí que: Porra! Caralho!
É essa merda de desequilíbrio que move todas as coisas!
É o desequilíbrio que faz o mundo e o universo rodarem.
Imaginem o equilíbrio: estático, parado; morte: o nada.
É o desequilíbrio que faz as coisas e os seres se mover, buscar espaço, manter sua espécie.
Na natureza, equilíbrio significa que o leão que come a quantidade suficiente de zebras, que, por sua vez, comem a quantidade razoável de grama, que, por sua vez, invade o seu quintal, que, por sua vez, é impermeável e impede a água da chuva fluir, e esta, por sua vez, invade bairros e cidades, que, por sua vez, se entopem de lixo, que, por sua vez, assim por diante, transformam o desequilíbrio existente em nossa mais vã e indesejável realidade...
Por outro lado, imaginem: inconcorrência, paz, amor ao próximo, igualdade social, reforma agrária, leões vegetarianos, zebras pastando no seu quintal sem ladrilhos, aumentos de salários (desnecessários então), internet sem provedor, ganância zero, eu sem porquê escrever, Lula aposentado (sem nem ter e porquê trabalhado), eu e você felizes para sempre, sem sequer estado juntos, sem Brasil, sem estados, sem monumentos, sem eventos. Apenas puros, seres estagnados, pobres, juntos, aparentados, ou nem fertilizados...
Anjos, tocando harpa sem sequer ter estudado...
Objetos do equilíbrio, seríamos, sim, o nada, o tudo fragmentado, seríamos todos um grande nada, nem sequer estigmatizados...
Pra nós, seres humanos, equilíbrio é ser bem focado, tranquilo, mesmo ao par do que acontece. Se zen é ficar parado, fazer ommm sem pensar no outro lado do resultado, é, meu nego, minha nega, assumo: sou um cara desequilibrado...
Carnaval
Eu desejava que as mulheres estivessem despidas,
nuas, feito um Bom Sinal...
Sendo elas mesmas, cheias de pintura,
sem promessas, sem frescura
e que na quarta-feira isso não deixasse de ser normal.
Que valorizassem seu cheiro,
sua formosura,
sua forma pura, sensacional.
E que não precisassem de clínicas, não evitassem rapadura e,
de preferência, no demais do ano,
não evitassem o sexo nem nos quisessem mal.
Eu esperava que os homens não evitassem o chuveiro e,
depois, o resto do ano inteiro,
não mijassem no chão do banheiro e não as tratassem mal.
Tudo bem que estamos em fevereiro
e essa festa nem foi inventada por brasileiro, etc. e tal.
Mas, caraca, se existe essa alegria
que não se sabe de onde vem,
ela teria de ser ao menos útil.
Afinal, se não se pode ser menos fútil,
tentemos viver como se a vida fosse
um grande e eterno Carnaval...
nuas, feito um Bom Sinal...
Sendo elas mesmas, cheias de pintura,
sem promessas, sem frescura
e que na quarta-feira isso não deixasse de ser normal.
Que valorizassem seu cheiro,
sua formosura,
sua forma pura, sensacional.
E que não precisassem de clínicas, não evitassem rapadura e,
de preferência, no demais do ano,
não evitassem o sexo nem nos quisessem mal.
Eu esperava que os homens não evitassem o chuveiro e,
depois, o resto do ano inteiro,
não mijassem no chão do banheiro e não as tratassem mal.
Tudo bem que estamos em fevereiro
e essa festa nem foi inventada por brasileiro, etc. e tal.
Mas, caraca, se existe essa alegria
que não se sabe de onde vem,
ela teria de ser ao menos útil.
Afinal, se não se pode ser menos fútil,
tentemos viver como se a vida fosse
um grande e eterno Carnaval...
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